Anders Behring Breivik negou doença mental e pediu para ser libertado.
Juíza substituiu jurado que pediu pena de morte para acusado de massacre.
O ultradireitista norueguês Anders Behring Breivik afirmou nesta terça-feira (17), no segundo dia de julgamento pelos
atentados na Noruega em 22 de julho de 2011, que realizou "a operação
mais espetacular feita por um militante nacionalista neste século".
Em sua declaração pelo massacre, no qual morreram 77 pessoas, o
atirador negou ser doente mental , demonstrou orgulho por sua ação,
disse que faria tudo de novo e pediu para ser libertados.
Ele afirmou que voltaria a cometer os crimes.
"Sim, eu faria de novo", disse.
Depois, ele acrescentou que os adolescentes assassinados na ilha de
Utoya, que integravam a Juventude Trabalhista, não eram "crianças
inocentes".
Breivik também disse que passar o resto da vida na prisão ou morrer por seu povo representa "a maior honra".
"Matar 70 pessoas pode impedir uma guerra civil", disse Breivik.
"As pessoas que me chamam de diabólico confundem ser diabólico com ser violento."
Breivik explicou que a diferença está na intenção: um certo tipo de
violência pode servir, segundo ele, para impedir outra violência ainda
maior.
"Quando a revolução pacífica é impossível, a única opção é a revolução
violenta", completou Breivik, que sempre mencionou a palavra "nós" ao
falar de sua causa, dando a entender que representa um movimento mais
amplo.
Anders Behring Breivik sorri no tribunal nesta terça-feira (17) (Foto: Heiko Junge/Scanpix Norway/AP)
No final de sua intervenção, ele pediu para ser libertado.
"Atuei em uma situação de emergência em nome do meu povo, da minha
cultura e de meu país. E, portanto, peço para ser libertado", completou.
Jurado inábil
O tribunal de Oslo que julga Breivik decidiu nesta terça substituir um dos jurados ao declará-lo "inábil" por ter pedido em uma rede social a pena de morte para o réu após os atentados de 22 de julho de 2011.
O tribunal de Oslo que julga Breivik decidiu nesta terça substituir um dos jurados ao declará-lo "inábil" por ter pedido em uma rede social a pena de morte para o réu após os atentados de 22 de julho de 2011.
A juíza Wenche Elizabeth Arntzen lembrou que aos jurados, não letrados,
também se aplica o artigo 108 do código sobre tribunais, que estabelece
a proibição de exercer a função de juiz "quando existem circunstâncias
especiais que possam debilitar a confiança sobre sua habilidade".
Arntzen acrescentou que quando foram nomeados os cinco jurados que
compõem o tribunal todos haviam negado ter-se expressado publicamente
sobre a culpabilidade ou não de Breivik.
O site Vepsen, que investiga temas relacionados a racismo e
extrema-direita, informou que um dos três jurados não letrados do
tribunal publicara um dia depois dos atentados um artigo na página do
diário "VG" dizendo que a pena capital é "o justo" neste caso.
O comentário foi feito com outro nome através de um perfil no Facebook,
embora a foto e o e-mail vinculados a essa conta sejam os do jurado em
questão.
A juíza Wenche Elizabeth Arntzen informou na abertura da sessão que o
jurado Thomas Indrebo confessara ser o autor do comentário.
Arntzen suspendeu a audiência por meia hora para estudar o caso, depois
que a Promotoria, a defesa e os advogados das vítimas dos atentados
pediram o afastamento de Indrebo.
G1.
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