São Paulo – A estratégia de apostar no poder de consumo da nova classe
média brasileira continuará a ser seguida pelo Banco do Brasil (BB), que
deve anunciar, amanhã (4), novas medidas envolvendo o programa Bom pra
Todos, com linhas de crédito ainda mais acessíveis. As novas reduções na
taxa de juros cobrada sobre os financiamentos, no entanto, só devem
contemplar, desta vez, as operações voltadas para as pessoas físicas.
Segundo o balanço financeiro da instituição divulgado hoje (3), o Bom
pra Todos, lançado no mês passado com linhas de financiamento a juros
menores, tanto para pessoas físicas quanto para pequenas e médias
empresas, encerrou abril com adesões superiores a 124 mil pacotes de
serviços. O vice-presidente de Gestão Financeira, Mercado de Capitais e
Relações com Investidores do BB, Ivan Monteiro, informou que, no caso
das pessoas físicas, os desembolsos diários aumentaram em mais de 50%
passando de R$ 190,5 milhões para R$ 288,5 milhões.
Monteiro disse que há uma perceptível migração de clientes de
instituições do setor privado depois da política de redução das taxas de
juros. Sobre o novo público que passou a integrar a base de
correntistas, com a ascensão para a classe média, o executivo disse que o
objetivo é o de estar cada vez mais próximo desses clientes “oferecendo
opções de crédito a custos bem inferiores aos do mercado e aos que eles
tinham acesso anteriormente, como exemplo agiotas e coisas do gênero”.
Apesar da maior facilidade de acesso ao crédito, o BB, de acordo com
Monteiro, não tem se descuidado da avaliação do risco na hora de
emprestar o dinheiro, tanto que a inadimplência tem-se mantido abaixo da
média do mercado. No primeiro trimestre, as operações vencidas há mais
de 90 dias alcançaram 2,2% da carteira de crédito ante os 3,7%
registrados no Sistema Financeiro Nacional.
O crédito concedido à pessoa física somou R$ 133 bilhões, alta de 14,2%
em relação ao registrado há um ano. Esse volume corresponde a 28,1% da
carteira total da instituição. As operações do crédito consignado
atingiram R$ 52,6 bilhões, com um crescimento de 14,3%. Já os
financiamentos para as empresas aumentaram 17,8%, totalizando R$ 211,4
bilhões.
Quanto à queda de 14,7% no lucro líquido, no primeiro trimestre, cujo
volume atingiu R$ 2,5 bilhões, Monteiro explicou que isso se deve a
questões sazonais. Ele acredita, no entanto, que esse fator não
comprometerá as metas de desempenho ao longo do ano.
Marli Moreira
Repórter da Agência BrasilEdição: Lana Cristina
Repórter da Agência BrasilEdição: Lana Cristina
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