(Ty Ziegel em seu casamento, em 2006. Foto: Nina Berman)
(Ty com sua noiva Renee antes da guerra)
Dia 20 de março é o décimo aniversário da invasão norte-americana ao Iraque. Dizem que o Iraque está melhor pós-Saddam Hussein. Deve ser, não sei. Eu quero falar dos feridos e dos mortos nessa guerra absurda. Os cálculos variam, mas estima-se que de 110 mil a 170 mil pessoas morreram no Iraque, entre civis e combatentes. Eu quero falar dos soldados que tiveram suas vidas destruídas pela guerra. Eu quero falar de pessoas como Ty Ziegel, cuja foto você vê acima.
Ty tinha uma noiva antes da guerra, quando se tornou um dos mais de 900 soldados norte-americanos que sofreram queimaduras graves desde 2001 no Iraque ou no Afeganistão. Ele se casou depois que voltou, com o rosto completamente desfigurado e sem o braço esquerdo. Sua esposa Renee Kline o deixou dois anos depois. Ty morreu aos 30 anos em dezembro passado, em um mal-explicado acidente no gelo.
O governo dos EUA prefere não dar muito destaque a estas histórias. Tampouco gosta de divulgar que um em cada cinco soldados voltou de lá com problemas mentais, segundo diz o próprio Pentágono, sem entrar em mais detalhes. 838 perderam uma perna ou um braço no Iraque e no Afeganistão. 2,6% sofreram três ou quatro amputações. Muitos deles continuam a sentir dor, mesmo após a perda dos membros. E muitos tiveram que ir à Justiça para receber uma indenização digna por isto.
Aos dez anos da guerra do Iraque, eu quero mostrar estes rostos ocultos para lembrar os horrores das guerras. Às vezes as pessoas esquecem. Talvez seja mais confortador (ou hipócrita) pensar que o Iraque “vai bem”, que “valeu a pena”. Será? Blog Socialista Morena

(Richard Yarosh em pintura de Matthew Mitchell)
(Richard Yarosh, ferido no Iraque)
(o rosto que Yarosh perdeu no Iraque)
(George W. Bush posa para foto com Isaac Gallegos, queimado no Iraque…)
(…embora não tenha nem coragem de olhar nos olhos dele)
(Bush gostava de dar um ar de “naturalidade” às amputações)
(Joey Paulk, queimado no Afeganistão. Foto: New York Times)
(O rosto de Todd Nelson, ferido no Afeganistão, após 43 cirurgias)
(o rosto de Todd antes da guerra)

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