Google tradutor

Ricardo Eletro

O turismo da fé

Quando Jacobina será descoberta?

O turismo da fé é tão grande atualmente, que se juntassem todos seus praticantes formaria um país. Segundo números da Organização Mundial do Turismo, todo ano entre 300 milhões e 330 milhões visitam locais de turismo religioso. É uma indústria que movimenta US$b18 bilhões de dólares todos os anos, segundo a Associação Mundial do Turismo Religioso.
Segundo pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), no Brasil, religião é motivo de 3,6% de todas as viagens realizadas dentro do país. A busca por destinos de viagem religiosos tem crescido, contribuindo para o incremento da economia de pequenos municípios. De acordo com dados preliminares do governo federal, já foram identificadas 344 cidades com calendário de eventos - a maior parte católicos. Aparecida, no interior do estado de São Paulo, ainda aparece como um dos destinos mais procurados pelos fiéis no país. Por ano, a cidade, cuja população fixa chega perto de 37 mil habitantes, recebe cerca de 10 milhões de visitantes. O turismo religioso representa 80% da renda de Aparecida
Segundo especialistas no assunto, o aumento da renda dos brasileiros, do trabalho formal e do acesso ao crédito tem sido essencial para que a expansão do segmento de turismo religioso se mantenha. Os romeiros, que antes visitavam as cidades sem muitas condições, faziam exclusivamente pela devoção e fé, hoje já ficam hospedados por mais tempo e exploram, inclusive, outras atrações oferecidas. Consumidores de bens e serviços, esses turistas injetam vultosos recursos na economia dos municípios que exploram este tipo de atividade turística.
Na Bahia, a festa de Bom Jesus da Glória, em Bom Jesus da Lapa, comemorado no dia 6 de agosto, é uma das mais atrativas do Estado. A cidade atrai cerca de 300 mil turistas para o Santuário de Bom Jesus na festa de mesmo nome, somente no período forte da comemoração, nos dias 5 e 6 de agosto.
Durante a Mesa Redonda Viagem da Fé, do II Salão Baiano de Turismo, realizado no mês de abril deste ano, em Salvador, o padre Roque Silva, responsável pelo Santuário de Bom Jesus da Lapa, destacou o saldo anual de visitante é de dois milhões. Segundo ele, além da comemoração de Bom Jesus, os turistas visitam a cidade também nas comemorações de Nossa Senhora da Soledade e Nossa Senhora Aparecida.
De acordo a informações da Fipe, eventos como a romaria de Bom Jesus da Lapa, a Festa da Boa Morte e as missas em homenagem à Irmã Dulce geram um fluxo global de aproximadamente 1,5 milhão de visitantes para o estado da Bahia.
Jacobina, assim como várias outras cidades baianas, tem um enorme contingente de religiosos, um povo bastante ligado às religiões. A cidade possui um razoável patrimônio sacro-histórico-cultural, e a cada dia cresce o número de eventos devocionais que reúnem grandes públicos.
Os interessantes locais de visitação como as ruínas da Igreja das Figuras, a Capela das Missões, a Serra do Cruzeiro, as tradicionais festas em homenagem a santo e padroeiro, como as comemorações e procissões de Senhor Morto, São Benedito, Santo Antonio, Bom Jesus da Glória, Nossa Senhora da Conceição, Corpus Christi, Divino Espírito Santo e os acontecimentos de culto e louvor, a exemplo dos eventos realizados pelas igrejas evangélicas, como o Congresso anual das Testemunhas de Jeová, considerados receptores de fluxos turísticos, precisam ser olhados com atenção especial e trabalhados com mais profissionalismo.
Pela sua diversidade e potencialidade, pode se afirmar que o turismo religioso engatinha na terra dos payayás, por vários motivos, mas muito mais pela falta de uma maior profissionalização do segmento e, principalmente pela ausência dos poderes públicos municipais e da clara falta de vontade da própria Igreja (católica) em provocar a discussão.
Apesar de ser uma das cidades que mais comemoram ou realizam atos religiosos na Bahia, o município de Jacobina não aparece no roteiro oficial do turismo religioso do Estado.
Em tempo, inicia-se na primeira semana do mês de junho, a trezena de Santo Antonio, com missas até o dia 13, quando se comemora o padroeiro de Jacobina, Santo Antonio. Devotos do santo e demais admiradores de uma bonita festa religiosa estão convidados.

 Gervásio Lima 
Jornalista e Historiador

Nenhum comentário:

Postar um comentário