Uma
vereadora da cidade italiana de Pádua, no norte do país, causou
indignação nacional ao dizer no Facebook que Cecile Kyenge, primeira
pessoa negra a ser ministra na Itália, deveria ser estuprada.
Dolores Valandro, do partido direitista Liga Norte, estava se
referindo a um texto de um site italiano chamado “Todos os crimes dos
imigrantes”, contando uma suposta tentativa de estupro de duas mulheres
por um africano.
“Por que ninguém a estupra, assim ela entende como se sente a vítima
desse crime atroz?”, escreveu em maiúsculas a política sobre uma foto de
Kyenge, ministra da Integração, que nasceu na República Democrática do
Congo.
A frase rapidamente circulou nas redes sociais e foi parar nos sites
de notícias. Pelo Twitter, Kyenge, de 48 anos de idade, dos quais 30 na
Itália, disse que “esse tipo de linguajar vai além da minha compreensão,
porque incita à violência e tenta incitar à violência pelo público
geral”.
Mais tarde, a ministra acrescentou que a agressão verbal foi “um insulto a todos os italianos”.
Políticos de várias tendências recriminaram as declarações de
Valandro, e um dirigente regional da Liga Norte disse que ela será
expulsa do partido por seu comentário “inenarrável”.
A vereadora mais tarde se desculpou em entrevista a uma rádio e negou que a Liga Norte seja racista.
“Foi um comentário feito num momento de raiva, e lamento”, afirmou.
“Sempre somos chamados de racistas, mas não é verdade. Eu mesma conheci
cidadãos congoleses na Prefeitura. Não é uma questão de racismo. Se as
pessoas vêm para cá, elas têm de respeitar as regras um pouquinho”.
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