Pela
vigésima segunda vez, a comunidade de Cachoeira Grande demonstra o que todo o
jacobinense já sabe e os gestores fingem que não querem saber; o município é,
tradicionalmente, adepto às festas juninas. Mas, assim como acontece com outros
setores, a área de entretenimento não recebe a atenção e investimento que
merece.
Os recursos destinados para eventos culturais públicos no
município são pífios, para não dizer vergonhosos. As festas populares estão a
cada ano se exaurindo e nada, nenhum movimento tem acontecido para mudar tal
despautério. Não fosse o amor, o comprometimento com a causa e o sentimento de
pertencimento daqueles que insistem em manter, muitas vezes com recursos
próprios, várias tradições culturais já estavam fazendo companhia a outras que
jazem ou que existem apenas em textos históricos e na oralidade dos poucos que
tiveram o privilégio de viver o momento.
A então nacionalmente conhecida, prestigiada, disputada e
famosa Micareta de Jacobina virou “moeda eleitoral”, tem acontecido somente
quando é necessário um “oxigênio político” para o gestor em queda de
popularidade, acontecendo geralmente em ano de eleição.
A ecumênica, histórica e confraterna Festa da Missão, vixe,
nem se fala. Foi acabando, acabando, até cair no esquecimento. O evento que
reunia famílias na última semana do ano, com diversos acontecimentos culturais
como o concorrido show de calouros, o Bumba meu boi e outros é mais uma vítima
da insensibilidade cultural do Executivo.
Mas, voltando aos festejos juninos, destaca-se a persistência
dos organizadores de “arraiás “ em diversos locais do município que peregrinam
para levantar recursos para realizarem suas festas. Entre esses eventos e de verdadeiros
guerreiros, está o Arraiá Pindura Saia, que acontece ininterruptamente há 22
anos, na localidade de Cachoeira Grande.
Com porte de festa principal de município de pequeno porte, o
Arraiá Pindura Saia de Cachoeira Grande, realizado geralmente na segunda semana
do mês de julho, é um exemplo de que a vontade e o esforço dos moradores e
amigos da comunidade são os únicos e principais requisitos que ainda mantém
viva a tradição do que é considerado um dos maiores e mais importantes eventos
do calendário de festas regional.
Arraiá da Jacobina II, Arraiá da Jacobina III, Arraiá do
Mutirão, Arraiá Pindura Saia, Arraiá do Jenipapo, Arraiá da
Vila Feliz, Forró do Suporte, Forró da Uneb, Forró da Marçonaria ...
Viva Santo
Antonio, Viva São Pedro, Viva São João, Viva o forró!
Viva o
povo!
“Pessimismo é
quando a gente perde a capacidade de ver em cores”.
Gervásio Lima é jornalista e historiador
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