A morte de celebridades, artistas e atletas em suas mais
diversas áreas, políticos, milionários e até mesmo bandidos, acusados pela
prática dos mais diversos crimes e, ou, até aqueles que passaram a ser
conhecidos através da exposição midiática na chamada grande mídia; é motivo de
grande comoção e revolta, mas nem sempre por sua biografia humana.
Acontecimentos tristes ou alegres devem servir de motivos
para reflexão, no sentido de aprimoramento, correção, aceitação e exemplo para atos
individuais e coletivos. Lições precisam ser tiradas das boas e das más ações.
O respeito pelo próximo já seria o mínimo que o ser humano deveria ter como uma
das suas prioridades de vida. As demais qualidades são consequência de
humanização.
De forma honrosa e não menos triste que outros fins, o mundo
recebe a notícia da morte de Nelson Mandela, aos 95 anos de idade. Líder histórico da África do Sul, considerado o fundador da
democracia no país, por lutar contra o apartheid (vidas separadas), regime
segregacionista que negava aos negros os direitos sociais, econômicos e
políticos. Embora a maioria da população fosse constituída de negros, a
segregação vinha se mantendo na África do Sul desde o século 17, época em que a
região foi colonizada por ingleses e holandeses. O governo era controlado pelos
brancos, que criavam leis e governavam apenas para os interesses dos brancos.
Preso por mais
de 27 anos (1964 a 1990), Madiba, como também era chamado o líder africano, foi
considerado o maior criminoso do país. Três anos após obter a liberdade, o pai
da luta contra o apartheid recebeu o Prêmio Nobel da Paz; e no ano seguinte foi
eleito o primeiro presidente negro da África do Sul.
Considerado um
ícone da luta contra o segregacionismo racial e da paz mundial, é atribuído à
sua história, diversos acontecimentos no mundo, inclusive a eleição do primeiro
presidente negro dos Estados Unidos da América (EUA) e do primeiro presidente
ex-operário, no Brasil. A defesa da igualdade e as ações junto a organizações
sociais e direitos humanos repercutiram e continuam repercutindo no modo de ver
o mundo e a vida por populações de vários países.
Conforme Declaração
Universal dos Direitos Humanos (DUDH),
‘os direitos humanos são direitos inerentes a todos os seres humanos,
independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou
qualquer outra condição’. Os direitos humanos incluem o direito à vida e à
liberdade, à liberdade de opinião e de expressão, o direito ao trabalho e à
educação, entre muitos outros. Todos merecem estes direitos, sem discriminação.
Mas, infelizmente, merecer, não necessariamente é ter ou poder. Que bons
exemplos sirvam, de verdade, como um norte para administradores e gestores em todas
as esferas governamentais.
Voltando à celebridade, e com o
mesmo sentimento de dor pela morte de Nelson Mandela, externo minhas
condolências à família do não tão conhecido pedreiro jacobinense Edson, morto
em consequência da silicose, doença adquirida após sua passagem por uma empresa
de mineração. Trabalhador, pai de família e, principalmente um lutador, este
foi o Edson, que dentro das suas proporções, deixa um grande exemplo como um
ser humano que soube viver e fazer amigos, sempre com alegria e o peculiar
sorriso no rosto.
Ao pedreiro Edson e ao líder
Mandela, muito obrigado pelas contribuições. Bom descanso.
Gervásio
Lima.
Jornalista
e historiador.
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