Gervásio Lima- Jornalista |
É no mínimo estranho o comportamento arredio dos disfarçados de manifestantes durante protestos articulados através de redes sociais
da internet. Sem um foco definido, muitos se deslocam aos locais
combinados sem saber se quer o motivo que estão os levando ali. Garantem
que o objetivo são as lutas pelas melhorias de serviços essenciais como
educação e saúde, de prioridades como o acesso ao trabalho e renda, pelas necessárias intervenções em infraestrutura e a condenável corrupção.
Mais que louváveis e aprazíveis tais levantes, quando o objetivo é
chamar atenção para algo que está incomodando ou prejudicando os
cidadãos e cidadãs brasileiras. Mas, utilizar os problemas como
subterfúgio para cometer todos os tipos de crimes imagináveis contra
quem não tem culpa é inaceitável.
Destruir patrimônios públicos e privados, saquear, assaltar e até mesmo matar seres humanos, como aconteceu com o cinegrafista da TV Bandeirante, Santiago Andrade, morto após ser atingido por um rojão quando trabalhava fazendo a cobertura de um violento protesto no centro da cidade do Rio de Janeiro, no dia 6 de fevereiro, é inaceitável.
O que mais impressiona é a forma como são anunciados os protestos pelas emissoras de rádio e televisão.
Para quem apenas assiste ou ouve de camarote, sem conhecer e ver, sem
cortes e sem edições, os protestos não percebem as atrocidades cometidas
por uma cambada de verdadeiros rebeldes sem causa, que vão as ruas com a
intenção, não de chamar a atenção, mas de se deliciar em cometer abusos
sociais, praticando vandalismo.
Uma mídia responsável pode abordar os fatos sem a necessidade do perigoso sensacionalismo. Ao noticiar um acontecimento, dependendo da forma que seja apresentado, deve se observar os possíveis efeitos que poderão ocorrer. Nem sempre o alvo que se pensa que irá atingir é o único a ser atingido.
O Brasil irá sediar o maior campeonato de futebol do mundo, um dos maiores eventos de todo o planeta. Cidadãos e cidadãs de diversos países estarão visitando o literalmente, durante a Copa, o país do futebol. É mais que necessário mostrar as boas e elogiáveis características ordeiras e educadas dos brasileiros e brasileiras para os visitantes.
Não justifica melar um evento tão importante praticando vandalismo com a desculpa de que se está buscando um país melhor. Os que praticam e os que insultam atos e comportamentos antissociais estão cometendo crimes iguais ou piores daqueles que se dizem justificar os protestos como a corrupção.
No Brasil, nos últimos 30 anos, ocorreram dois grandes movimentos populares, o Diretas Já, que em 1983 e 1984 pedia eleições diretas no Brasil, e o dos ‘caras-pintadas’, que mobilizou os estudantes no decorrer de 1992 pelo impeachment do então presidente Fernando Collor. Quando os caras-pintadas tomaram as ruas não usaram violência para tirar um presidente do poder. Nem mesmo as manifestações das Diretas ficaram marcadas pela violência.
A baderna não pode vencer a batalha contra a normalidade, a paz e a ordem social.
Que venha o hexa. Brasil!!!
Por: Gervásio Lima- Jornalista/Historiador.
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