(Por Gervásio Lima) - Como dizem os baianos através de suas peculiares gírias, o preço do ‘bujão’ de cozinha nas revendedoras do produto em Jacobina subiu ‘com gosto de gás’, ou seja, exageradamente. Famosas por sempre cobrar um valor acima da média de outras cidades e até mesmo de comunidades rurais do próprio município, as distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), mais conhecido como o gás de cozinha, de Jacobina, resolvem novamente surpreender ao majorar o preço do botijão de 13 kg em mais de trinta por cento.
Os jacobinenses têm se retado constantemente, mas de nada tem adiantado. Ignorando as irritações e os calundus da população e afrontando, inclusive, órgãos de fiscalização e controle de preços, distribuidoras são acusadas de estarem realizando “cartel” com os preços de venda e revenda de gás de cozinha, ao uniformizar o valor do botijão. Para os consumidores o aumento tem como objetivo ganhos ilegítimos, injustificados. Como o preço do gás de cozinha não é tabelado, os valores idênticos praticados pelas distribuidoras corroboram com a acusação.
O botijão estava sendo vendido por um preço médio de R$ 45, com o atual reajuste, essa média de preço passou para R$ 60. O percentual médio no Estado da Bahia foi de 12,5%. Os empresários alegam que os custos para comercialização subiram por isso tiveram que repassar aos consumidores. Em nota emitida para a imprensa no início deste mês, o Sindicato Nacional de Empresas Distribuidoras de Gás (Sindigás), nega que o aumento tenha ocorrido de forma generalizada, mas conforme a entidade, “o dia 1° de setembro é a data-base de reajuste salarial da categoria de trabalhadores de revendas de Gás LP, o que ocasiona um inevitável aumento de custos para as distribuidoras, com eventual impacto na formação dos preços ao consumidor final. Contudo, não há qualquer indicativo de reajuste de preços generalizado. Como o mercado tem autonomia para fixar seus preços, cabe ao consumidor pesquisar aquele revendedor que tem condições comerciais mais vantajosas”.
Na manhã desta quinta-feira (17), manifestantes bloquearam a passagem de veículos na Avenida Lomanto Júnior, no trecho onde fica localizada a sede regional do Ministério Público da Bahia, em protesto pelo alto valor do botijão de gás. Após protestarem em frente ao MP, os manifestantes se dirigiram até o Fórum Jorge Calmon para realizar a entrega de um abaixo-assinado, onde é solicitado o andamento de um processo de Ação Civil Pública que acusa a existência de ‘cartel do gás’.
Existem informações que em 2008 o Ministério Público reconheceu que existiam indícios de cartel, ou seja, de um acordo feito entre as empresas com o objetivo de aumentar os lucros e estabelecer uma condição privilegiada para impor seus preços. Já se passaram 7 anos e, absolutamente, nada, ainda, foi feito. Mas como dizem as crendices populares, o sete é o número da mentira, portanto pode ser que a verdade esteja por acontecer, pois ao contrário do gato, o bolso do consumidor não tem sete vidas.
Não quero dinheiro (Tim Maia)
“Quando a gente ama não pensa em dinheiro
Só se quer amar
Se quer amar
Se quer amar
De jeito maneira
Não quero dinheiro
Eu quero amor sincero
Isto é que eu espero...”
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