Durante a tarde desta terça-feira,
 03, estivemos visitando na companhia de Augusto César,  Gerente da 
EMBASA em Jacobina e do colega de imprensa Arnaldo Silva, as barragens 
que abastecem o município de Jacobina e o que pudemos observar não foi 
nada animador. Constatamos que, se não chover no município em um curto 
espaço de tempo, a população pode vir a sofrer ainda mais com o 
desabastecimento de água. 
Primeiro estivemos na barragem do Rio do
 Ouro, no Parque da Macaqueia, onde a imagem é assustadora. Simplesmente
 não existe mais água.
 Apesar de ser uma barragem de nível, 
sem muita profundidade, em situação normal ela contribui com uma vasão 
de 28 litros por segundo com o abastecimento de água do município, mas 
atualmente a vasão não chega a 10. E para piorar a situação, vândalos 
constantemente obstruem a passagem de água para que o nível da barragem 
suba e eles possam usá-la como piscina . 
Em seguida estivemos na Barragem do 
Itapicuruzinho, onde a situação também não é animadora. Com capacidade 
de 2.750.000 metros cúbicos de água e vasão de 130 litros por segundo em
 situação normal, hoje a vasão varia entre 37 a 40 litros. A primeira 
vista o reservatório dá a impressão de que ainda possui um boa reserva 
de água , mas segundo Augusto, a imagem não reflete a realidade da 
situação. Segundo ele , a maior parte do espelho de água da barragem tem
 uma profundidade que varia entre 30 a 50 centímetros.
Lado oposto da barragem: toda esta área seca faz parte do reservatório
Em condições normais, este ponto da 
barragem tem mais de 3 metros de profundidade
Três das quatro réguas de medição do reservatório, que tem cerca de seis metros, já estão fora d'água. O reservatório hoje está com cerca de 16 a 18 % de sua capacidade de armazenamento e se alguém quisesse, comenta Augusto, poderia atravessar a maior parte lâmina d'água a pé. Ainda segundo ele, a barragem só não secou totalmente ainda porquê a vasão foi bastante reduzida.
Mulher anda tranquilamente onde 
a profundidade passaria dos 3 metros.
Logo após fomos a barragem do Cuia, de 
propriedade da Yamana Gold, que vem contribuindo com o abastecimento de 
água do município desde a semana passada. Lá o volume das águas ainda é 
considerável, mas já há indícios de que o nível do reservatório vem 
baixado gradativa e rapidamente. 
Flutuador da bomba já nas pedras da barragem do Cuia.
Um sinal evidente disso foi que, ao 
chegarmos, o gerente da EMBASA percebeu que o flutuador da bomba 
responsável por levar a água para a tubulação da rede estava estacionado
 nas pedras da barragem. Com capacidade de aproximadamente 1.500.000 
 metros cúbicos de água a barragem vem contribuindo com cerca de 27 
litros por segundo de vasão que estão sendo imprescindíveis para que o 
fornecimento  de água de Jacobina seja mantido de forma a minimizar ao 
máximo o período de falta de água nos bairros . Segundo Augusto, 
Jacobina ainda conta com as águas da Barragem de Cachoeira Grande, a 
maior do município, com capacidade de 5.000.000 de metros cúbicos  e 
que, segundo o gerente, ainda não enfrenta problemas com a estiagem da 
região, mas a questão  é que a vasão da barragem chega no máximo a 40 
litros por segundo, não podendo ser ampliada por causa da tubulação, e 
mesmo assim ela já é responsável pelo abastecimento de água dos bairros 
do Leader , Bananeira, Caixa D'água, Félix Tomaz, Missão, Caeira, 
Inocoop e parte da Serrinha e Grotinha.  Augusto faz um alerta a toda a 
população do município. É preciso que todos se conscientizem neste 
momento crítico e que o uso da  água potável tem que ser feito de forma 
racional e consciente. É preciso evitar ao máximo o desperdício. Hábitos
 comuns como lavar calçadas e carros com mangueira, deixar a torneira 
aberta enquanto lava pratos ou aquele banho demorado devem ser evitados 
ao máximo. Torneiras ou conexões com vazamento também são problemas que 
devem ser corrigidos com urgência, até mesmo para o bem do bolso dos 
consumidores. Uma torneira pingando por exemplo, desperdiça cerca de 50 
litros de água potável por dia, Jacobina conta hoje com cerca de 18.000 
pontos de ligação e é preciso que todos se conscientizem da gravidade da
 situação. Se cada um fizer sua parte o município pode conseguir 
atravessar este período de estiagem até que as chuvas cheguem. Caso 
contrário o colapso no abastecimento de água do município será um fato 
inevitável.
Bahia Acontece.


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