Desde a semana passada, a rotina de cinco instituições de ensino mudou com a queda da frequência de alunos
No caminho para a escola ou na volta para casa, estudantes de Vila de
Abrantes, em Camaçari, têm o medo por companhia. Desde a semana passada,
a rotina de cinco instituições de ensino mudou com a queda da
frequência de alunos.
O motivo: a insegurança provocada pela briga entre gangues rivais.
E a tensão só aumentou depois que os jovens Leandro Vitorino Figueiredo, 24, e Rafael Pereira Braga, 18, foram assassinados entre os dias 5 e 7. O primeiro, segundo a polícia, tinha ficha limpa e foi vítima de bala perdida. A suspeita é que o segundo tenha sido morto por vingança.
E a tensão só aumentou depois que os jovens Leandro Vitorino Figueiredo, 24, e Rafael Pereira Braga, 18, foram assassinados entre os dias 5 e 7. O primeiro, segundo a polícia, tinha ficha limpa e foi vítima de bala perdida. A suspeita é que o segundo tenha sido morto por vingança.
No meio desse fogo cruzado, está uma estudante de 18 anos, do Colégio
Estadual de Vila de Abrantes. Em frente à unidade escolar, ontem de
manhã, ela tremia e chorava só de lembrar do tormento que tem passado na
localidade Fonte da Caixa, onde mora com a família.
“Imagine você morar num lugar e não poder nem ir ao colégio? Tô falando,
mas tô tremendo. Depois de estudar e trabalhar, chego em casa correndo,
em pânico. Ninguém quer sair de suas casas. Armado é pouco para
descrever como eles (os criminosos) andam lá”, disse, chorando.
No Estadual Vila de Abrantes, segundo uma funcionária, estudam 1.570
alunos divididos em três turnos. Na quara-feira à noite, no entanto, a
unidade escolar ficou vazia. “Passei aqui de noite e não tinha ninguém.
Esse tem sido o turno mais crítico.
Os alunos têm medo do retorno para casa. O problema não é dentro nem na
porta do colégio. É no caminho”, ressaltou a mulher, pedindo para não
ser identificada. A Secretaria da Educação do Estado (SEC) confirmou a
evasão escolar na unidade.
A disputa pelo tráfico de drogas na região atinge ainda os colégios
municipais Marquês de Abrantes, Eliza Dias de Azevedo, Maclina Maria da
Glória e Fonte da Caixa. Esse último, segundo moradores, está fechado
desde segunda-feira. Nem vigilante havia na escola ontem de manhã.
Nas ruas da Fonte da Caixa, a discrição é palavra de ordem. “Tá fechada
por causa de umas coisas que aconteceram aí. Não posso nem falar...”,
despistou uma mulher.
Polícia
O Colégio Marquês de Abrantes reúne 1,3 mil nos três turnos. “Pela manhã, a frequência está regular. À noite, só os alunos que se deslocam com transporte escolar têm comparecido”, revelou.
O Colégio Marquês de Abrantes reúne 1,3 mil nos três turnos. “Pela manhã, a frequência está regular. À noite, só os alunos que se deslocam com transporte escolar têm comparecido”, revelou.
Ontem de manhã, um carro de polícia com quatro PMs fazia a segurança. “A
direção da escola enviou ofício ao comandante da PM local pedindo
reforço. A ronda escolar tem acontecido”, assegurou.
Os professores, segundo ela, também estão preocupados. “Hoje (ontem),
ligaram perguntando se o comércio estava fechado”, lembrou.
Oficialmente, nenhuma escola suspendeu as aulas. Segundo o major Jorge
Alexandre, subcomandante da 59ª Companhia Independente da PM (Arembepe),
o policiamento foi reforçado. “Houve homicídio no domingo e começaram a
surgir boatos, inclusive de toque de recolher. Os moradores ficaram
apreensivos, mas aumentamos o efetivo com mais duas viaturas. As
polícias Militar e Civil estão trabalhando para prender os criminosos e
amenizar o clima de tensão”, pontuou.
O delegado Marcos Tebaldi, titular da 26ª Delegacial, informou que
investiga as mortes e os boatos. “Desconheço qualquer informação de
alunos sem ir para a escola. Houve muitos boatos, mas não tivemos
comércio nem escolas fechadas”, ponderou. Bizu de Praça
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