Situada no Oeste da Bahia, com uma população de cerca de 140
mil habitantes, sendo o décimo segundo maior município Estado, Barreiras, em
diversos aspectos não tem crescido proporcionalmente em qualidade de vida,
infraestrutura e serviços.
Buracos em principais vias do centro da cidade e verdadeiras crateras
em boa parte do subúrbio; iluminação pública que lembra os tempos módicos
contados em livros de história, quando algumas ruas e praças de conglomerados
urbanos eram iluminadas com candeeiros à base de carvão e, ou, lamparinas à base de azeite. Muito escura a
cidade.
No que diz respeito à segurança, outro susto. As emissoras de
rádio e televisão e os sites de notícias da cidade, todos acessados através da
tecnologia do smartphone, anunciam:
"filho de vereadora, de 18 anos de idade, é executado em plena via pública
com mais de 10 disparos de arma de fogo". Um espanto.
No terminal rodoviário da cidade, local bastante movimentado,
outra decepção. Em nenhum dos estabelecimentos comerciais, disse nenhum, é
aceito qualquer transação através de cartão bancário, seja de crédito o débito.
Não fosse um cash do Banco 24 Horas e
dois da Caixa Econômica Federal (apenas um em funcionamento), o aperto para
quem precisa de cédulas para alimentar-se, comprar uma lembrança ou
simplesmente um jornal diário (com um dia de atraso) seria maior.
Estes são alguns dos diversos problemas que podem ser vistos
por qualquer pessoa, mesmo aquelas que simplesmente atravessam a cidade, de
ônibus ou veículo particular. O caos é visto facilmente a 'olho nu'.
Referência para os que vivem em uma região da Bahia
considerada pobre, mas precisamente no norte, onde prevalece a seca,
acompanhada do desemprego e a tristeza pelos inúmeros prejuízos e perdas
materiais e imateriais, Barreiras sempre
foi 'a menina dos olhos' dos retirantes, que abandonavam - e continuam abandonando
- tudo e todos à procura de dignidade para suas vidas através do trabalho.
Terra de bons baianos, de gente solícita, alegre e ordeira,
Barreiras como os mais otimistas dos brasileiros demonstra que não desiste nunca.
O encanto do Rio de Ondas, os barzinhos e seus frequentadores servem como um alento
para os nativos e os que, com certeza, apesar das agruras, não se arrependem em
ter escolhido este lugar para viver.
Sorte e dias melhores, sem barreiras, para os que ficam, os
que fincam e os que simplesmente, literalmente, passam.
Déjà vu Barreiras!
Por Gervásio Lima
Jornalista e
historiador.
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