Placas indicativas com nomes de praças, órgãos e bens públicos,
como estátuas, igrejas e pontos turísticos estão sendo instaladas em diversos
pontos da cidade de Jacobina. Confeccionadas com madeira e chapa de zinco, as
placas chamam atenção pelo fato de ser, no momento, algo ainda diferente no
cotidiano dos jacobinenses.
Infelizemente, como diz a expressão popular, ‘está se colocando a
carroça na frente dos bois’, ou seja, o que deveria fazer parte, não muito
imediata, de um projeto turístico, como uma das etapas do processo, chega de
uma forma prematura. Enquanto o turismo do município, em todas as suas esferas,
como o histórico, o cultural, o de aventura, o ecológico, o gastronômico, o
religioso entre outros, não for discutido de forma racional, responsável e,
principalmente real, as singelas placas servirão apenas para atrapalhar os
transeuntes nas calçadas, pois os turistas que andam por estas bandas conhecem
o que é e o nome de todos os locais que estão sendo indicados.
Não precisa ser economista, administrador ou coisa parecida para
perceber que o turismo poderá ser um dos principais vetores do desenvolvimento
de Jacobina e região. Sua exploração irá contribuir de forma sustentável e
limpa com a economia formal e informal dos municípios, contemplando desde o
vendedor ambulante ao empresário do ramo hoteleiro; além de valorizar os
moradores, em suas crenças, cultura, artesanato...
Os gestores e a própria sociedade civil precisam olhar o turismo como
uma ferramenta comercial, como uma peça fundamental para o fortalecimento da economia
regional, principalmente a de Jacobina que vive todo o tempo preocupada e
ansiosa com o que pode acontecer com a mineradora que explora o ouro no
município. Mas, para tanto, é preciso uma ampla discussão e ações para que a
indústria do turismo seja transformada em política pública.
Antecipar as coisas, fazê-las sem pensar, ou agir irracionalmente,
pode gerar dúvidas quanto aos objetivos em se pagar por uma sinalização se o
produto que justificaria a mesma ainda não existe.
Quando uma cidade investe em turismo é necessário pensar no
conjunto de fatores que dão este status ao município, como os investimentos na
cultura, nos atrativos ecológicos e no povo. Quanto aos atrativos, é preciso
também pensar em infraestrutura como uma forma de promovê-los.
Um exemplo do prejuízo em postergar a discussão foi o deslize de
as placas possuírem apenas informações na língua portuguesa. Desta forma não
garante aos turistas estrangeiros a compreensão das mensagens indicativas
contidas na sinalização. Geralmente as sinalizações turísticas são bilíngues.
Inscrições em português e inglês melhor informarão os visitantes de todo mundo.
Se foram implantadas apenas para ‘embelezar’ alguns pontos da
cidade, ou atrapalhar pedestres jacobinenses, as instalações das placas estão
corretíssimas, até porque muita gente desconhece os nomes de várias coisas na
cidade, como por exemplo, que a Praça da Matriz, na verdade é Praça Castro
Alves, uma homenagem ao poeta baiano.
Se para atrair turista é preciso placas indicativas, estamos no
caminho certo.
“Saúde e buscar suas ideias, mas não me trazer ideias pequenas;
mais sim as grandes ideias para combinar com o nosso futuro”.(Arnold
Schwarzenegger).
Gervásio
Lima
Jornalista
e historiador
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