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Ricardo Eletro

Prematuridade ou sapiência?

Placas indicativas com nomes de praças, órgãos e bens públicos, como estátuas, igrejas e pontos turísticos estão sendo instaladas em diversos pontos da cidade de Jacobina. Confeccionadas com madeira e chapa de zinco, as placas chamam atenção pelo fato de ser, no momento, algo ainda diferente no cotidiano dos jacobinenses.
Infelizemente, como diz a expressão popular, ‘está se colocando a carroça na frente dos bois’, ou seja, o que deveria fazer parte, não muito imediata, de um projeto turístico, como uma das etapas do processo, chega de uma forma prematura. Enquanto o turismo do município, em todas as suas esferas, como o histórico, o cultural, o de aventura, o ecológico, o gastronômico, o religioso entre outros, não for discutido de forma racional, responsável e, principalmente real, as singelas placas servirão apenas para atrapalhar os transeuntes nas calçadas, pois os turistas que andam por estas bandas conhecem o que é e o nome de todos os locais que estão sendo indicados.
Não precisa ser economista, administrador ou coisa parecida para perceber que o turismo poderá ser um dos principais vetores do desenvolvimento de Jacobina e região. Sua exploração irá contribuir de forma sustentável e limpa com a economia formal e informal dos municípios, contemplando desde o vendedor ambulante ao empresário do ramo hoteleiro; além de valorizar os moradores, em suas crenças, cultura, artesanato...
Os gestores e a própria sociedade civil precisam olhar o turismo como uma ferramenta comercial, como uma peça fundamental para o fortalecimento da economia regional, principalmente a de Jacobina que vive todo o tempo preocupada e ansiosa com o que pode acontecer com a mineradora que explora o ouro no município. Mas, para tanto, é preciso uma ampla discussão e ações para que a indústria do turismo seja transformada em política pública.
Antecipar as coisas, fazê-las sem pensar, ou agir irracionalmente, pode gerar dúvidas quanto aos objetivos em se pagar por uma sinalização se o produto que justificaria a mesma ainda não existe.
Quando uma cidade investe em turismo é necessário pensar no conjunto de fatores que dão este status ao município, como os investimentos na cultura, nos atrativos ecológicos e no povo. Quanto aos atrativos, é preciso também pensar em infraestrutura como uma forma de promovê-los.
Um exemplo do prejuízo em postergar a discussão foi o deslize de as placas possuírem apenas informações na língua portuguesa. Desta forma não garante aos turistas estrangeiros a compreensão das mensagens indicativas contidas na sinalização. Geralmente as sinalizações turísticas são bilíngues. Inscrições em português e inglês melhor informarão os visitantes de todo mundo.
Se foram implantadas apenas para ‘embelezar’ alguns pontos da cidade, ou atrapalhar pedestres jacobinenses, as instalações das placas estão corretíssimas, até porque muita gente desconhece os nomes de várias coisas na cidade, como por exemplo, que a Praça da Matriz, na verdade é Praça Castro Alves, uma homenagem ao poeta baiano.
Se para atrair turista é preciso placas indicativas, estamos no caminho certo.
“Saúde e buscar suas ideias, mas não me trazer ideias pequenas; mais sim as grandes ideias para combinar com o nosso futuro”.(Arnold Schwarzenegger).
Gervásio Lima
Jornalista e historiador



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